Atualizado em 24/08/2024 as 14:30:16
A virtude é a censura prática do crime.
— Camilo Castelo Branco, escritor português 1825–1890
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Vivemos tempos em que a censura se manifesta de várias formas, assumindo o papel de vilã oculta em uma sociedade que se diz democrática e livre. É preciso abrir os olhos para duas faces dessa moeda perversa: a violência da censura e a censura da violência. Ambas não são apenas ameaças abstratas, mas realidades palpáveis que corroem a essência da liberdade e da justiça. Este é um grito de revolta contra essas práticas que, apesar de frequentemente disfarçadas, são instrumentos de opressão e controle.
A censura, em qualquer forma que se apresente, é uma agressão direta à liberdade de expressão e ao direito à informação. Quando governos, instituições ou até mesmo corporações decidem suprimir ideias, opiniões ou informações, estão cometendo um ato de violência tão brutal quanto qualquer agressão física. Esta é a violência da censura.
A censura silencia vozes, sufoca debates e impede a crítica construtiva. Ela cria um ambiente onde o medo e a autocensura se tornam normas, onde as pessoas hesitam em expressar suas opiniões, não por falta de ideias, mas por medo das consequências. Essa violência é insidiosa porque mina a capacidade de uma sociedade de evoluir, de corrigir seus próprios erros, de aprender com diferentes perspectivas.
Quando falamos de censura, não estamos apenas falando de um ato isolado de supressão. Estamos falando de um sistema inteiro construído para manter o status quo, para proteger aqueles que detêm o poder e silenciar os que ousam questioná-lo. A violência da censura é uma violência psicológica, emocional e intelectual. Ela fere a alma de uma sociedade, privando-a de sua vitalidade e capacidade de inovação.
Por outro lado, temos a censura da violência, que tradicionalmente se refere à supressão de informações sobre atos de violência. No entanto, este conceito pode ser ampliado para incluir a ocultação da violência inerente à própria prática da censura. Quando a violência da censura é escondida, cria-se uma ilusão de normalidade e paz, enquanto a injustiça se perpetua nas sombras.
Ocultar a violência, seja ela física, psicológica ou estrutural, é uma estratégia de controle. Ao esconder os abusos, os crimes e as opressões, os perpetradores mantêm suas posições de poder sem enfrentar a indignação pública. Essa forma de censura é especialmente perniciosa porque desumaniza as vítimas, invisibiliza suas dores e priva a sociedade da oportunidade de confrontar e resolver suas falhas.
Mas a censura da violência vai além. Ela inclui a supressão do impacto destrutivo da própria censura. As histórias de pessoas silenciadas, de comunidades marginalizadas, de ideias que nunca puderam florescer são apagadas do registro público. Esta é uma forma dupla de violência: primeiro, ao silenciar, e depois, ao esconder as consequências desse silenciamento.
Essas duas formas de censura não apenas coexistem, mas se reforçam mutuamente em um ciclo vicioso. A violência da censura protege aqueles no poder, enquanto a censura da violência garante que as atrocidades dessa proteção permaneçam invisíveis. Este ciclo deve ser quebrado se quisermos avançar como uma sociedade verdadeiramente livre e justa.
A censura, em suas múltiplas formas, serve como uma ferramenta de dominação. Ela não apenas perpetua a desigualdade e a injustiça, mas também inibe a capacidade de uma sociedade de crescer e se autossustentar. É através da liberdade de expressão e do direito à informação que podemos expor a violência oculta e trabalhar para desmantelar os sistemas de opressão que a sustentam.
Aqueles que defendem qualquer tipo de censura estão, consciente ou inconscientemente, cometendo atos de violência extrema e imperdoável. Ao apoiar a supressão de ideias e vozes, esses defensores da censura estão contribuindo para um sistema que inflige dor, sofrimento e injustiça. A censura não é uma ferramenta neutra; ela é uma arma usada para controlar e oprimir, e aqueles que a empunham são cúmplices das suas consequências devastadoras.
É crucial entender que a censura, uma vez instalada, não escolhe lados permanentes. Hoje, pode servir para silenciar os outros; amanhã, pode ser usada contra os próprios defensores. A história está repleta de exemplos de regimes e indivíduos que, após promoverem a censura, foram vitimados pela mesma arma que ajudaram a fortalecer. Quem defende a censura deve lembrar-se de que a justiça pode ser lenta, mas é inexorável: cedo ou tarde, a mesma violência que infligiram será revertida contra eles.
É urgente que nos levantemos contra a censura em todas as suas formas. Devemos reconhecer e desafiar a violência da censura, entendendo que suprimir vozes é cometer um ato de agressão contra a própria essência da humanidade. Devemos expor a censura da violência, trazendo à luz as verdades ocultas e as injustiças encobertas.
A luta contra a censura é uma luta pela dignidade humana, pela justiça e pela verdade. Não podemos permitir que a censura continue a moldar nossas sociedades em silêncios e sombras. Devemos promover a transparência, encorajar o diálogo aberto e defender o direito de cada indivíduo de expressar suas ideias sem medo de represálias.
É hora de romper o ciclo vicioso da censura. É hora de abraçar a liberdade de expressão como um pilar inalienável de uma sociedade justa. A violência da censura e a censura da violência são inimigos da verdade e da justiça. Combatê-los é um dever de todos aqueles que acreditam em um futuro onde todas as vozes possam ser ouvidas e todas as verdades possam ser reveladas.
Que este seja o nosso clamor pela liberdade: um grito enérgico e determinado contra todas as formas de censura, em defesa de uma sociedade mais justa, consciente e verdadeiramente livre. E lembrem-se, aqueles que hoje promovem a censura serão, inevitavelmente, suas vítimas amanhã. A justiça, ainda que tardia, é implacável e não perdoa.
Barata, 23/07/2024
Revisão de texto por ChatGPT
A seguir um texto preciso e muito bem escrito, por Carlos Laranjeira, do site Circuito Aberto News
Reflexão Sobre a Cortina Digital da Censura – O Cerco à Liberdade de Expressão nas Redes Sociais
Carlos Larangeira
24/04/2024 12h01
Navegamos por oceanos digitais aparentemente vastos, onde a liberdade de expressão deveria fluir como uma correnteza livre. No entanto, uma névoa sombria paira sobre as redes sociais, um véu de censura tecido sob o pretexto da defesa da democracia, mas que na verdade é uma tentativa insidiosa de silenciar vozes dissidentes e impor uma única narrativa. Permita-me guiá-lo através das correntes turbulentas dessa tentativa de censura global, orquestrada pelos governos progressistas sob a bandeira da suposta democracia.
As redes sociais, outrora vistas como faróis da liberdade de expressão, tornaram-se campos de batalha ideológicos, onde a censura é travestida de preocupação com a democracia. Governos progressistas, sob a máscara da defesa dos direitos humanos e da igualdade, têm se empenhado em suprimir vozes dissidentes e impor um monopólio ideológico nas plataformas digitais.
Essa tentativa de censura não é apenas um fenômeno contemporâneo; tem suas raízes fincadas na ideologia comunista, que busca impor um discurso único como meio de controle absoluto. No regime totalitário, a divergência de pensamento é vista como uma ameaça ao poder estabelecido, e, consequentemente, é esmagada pela força opressiva do Estado. Da Revolução Cultural na China à censura massiva na antiga União Soviética, a história é manchada pelas marcas sombrias do silenciamento da dissidência.
Não podemos mais ignorar os tentáculos dessa censura global, que se estendem por fronteiras e abraçam países diversos. Desde a supressão de vozes conservadoras nas plataformas de mídia social até a imposição de narrativas ideológicas nos meios de comunicação tradicionais, a tentativa de controlar o fluxo de informação é um câncer que ameaça corroer os pilares da democracia.
Em meio a essa tempestade de censura, é crucial resistir à maré e defender veementemente a liberdade de expressão e opinião. Como afirmou John Stuart Mill, “Se toda a humanidade menos um fosse da mesma opinião, e apenas um indivíduo fosse de opinião contrária, a humanidade não teria mais direito de silenciar esse indivíduo do que ele, se tivesse o poder, teria o direito de silenciar a humanidade.” Devemos permanecer vigilantes contra qualquer tentativa de impor um discurso único e defender o direito fundamental de cada indivíduo de expressar suas opiniões livremente.
À medida que navegamos pelas águas turbulentas das redes sociais, devemos estar cientes das correntes ocultas da censura que ameaçam nos engolir. É hora de desmantelar a cortina digital que obscurece a verdadeira natureza da liberdade de expressão e rejeitar qualquer tentativa de silenciar vozes dissidentes em nome da suposta democracia. Somente assim podemos verdadeiramente honrar os ideais de liberdade e justiça que formam os alicerces de uma sociedade verdadeiramente democrática.
Publicado Originalmente em:
https://circuitoabertonews.com.br/noticia/7568/reflexao-sobre-a-cortina-digital-da-censura
Do Livro:
Samizdat: Arquivos de Censura
Barata Cichetto
Crônica Política
260 Páginas – 16 x 23 x 1,5cm
UICLAP, 2024
(Lançamento em 18/08/2024)
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.
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