Atualizado em: 30/10/2024, as 10:10
Imagine “se eu morresse amanhã”. Conforme escreveu o moleque safado do Azevedo. Mesmo que não fosse de manhã. Ou nem tão cedo. Imagine se eu morrer. Na conjugação. Que eu nunca consegui entender. Porque esse negócio de oração. Tratada como frase e reza. Não combina comigo. Uma frase é uma frase. Com ou sem crase. E sem descrença. É uma sentença. Que alguém foi sentenciado. Denunciado. Anunciado à prisão. Que pode ser de ventre. E outras coisas dentre. E por falar em sentença. Lembro logo da desavença. Ente o velho e novo. E do Cabeça de Ovo. Vilão que não é novo. Que usa capa. Mas não espada. E é apenas a escada. Do maior malfeitor. Ainda bem que não sou careca. Nem uso cueca. Por cima das calças. Nem uso uma toca. Preta de fazer ioga. Na sinagoga. Careca maldito. Que um dia ainda acredito. Será dito. E julgado. E condenado. Por ser vilão da DC ou da Marvel. Uma boneca inflável. E assim inflamável. Do porco sem dedo. E mais tarde ou mais cedo. Pagará pela sua criminalidade. Que não tem igualdade. Que nos rouba a liberdade. E age como se promiscuidade. Seja a sua vontade. Agora mato uma cobra. E com a sobra. Faço mingau. E mostro meu pau. Acha que é mau? — Não conto sílabas tônicas. Não faço poesias harmônicas. Não faço versos. Para encantar universos. Tenho problema crônico. Com tudo que é canônico. Chama o Toníco. Aquele caipira meio rico. Que caga no penico. E diz: eu fico! Estou aqui para confundir. Para te iludir. E para pedir. Aquilo que não posso fundir. Não mais me interessa a métrica. A estética. Ou a homérica. E feérica. Sina de ser um poeta cagado. Que num tempo arruinado. Perdeu sei reinado, Para um aleijado. Sem dedo na mão. E que ainda passa sermão. E se diz o irmão. Do alemão. Aquele que é comunista. E finge ser nazista. Para não parecer fascista. Mas é apenas um artista. Que posa pelado. Bebe chá gelado. E acha que judeu é tem que ficar concentrado. E ateu atado. A um botijão de gás de petróleo. Ou ferver no óleo. Na Sala da Injustiça do Capitão Ovo. Que de novo. Acha que é novo. Mas que em Kosovo. Na Albânia. Ou na Ucrânia. Qualquer conhece como crime contra a humanidade. Que só não é condenado por maldade. De quem de verdade. Teria que romper com a Irmandade. E no final quem poderia conter. Não contem. E ainda mantem. O povo cativo. Como se não fosse vivo. E por isso não vivo. Nem convivo. Com comunista. Artista. E até anarco-capitalista. Entra na minha lista. De Anarquista Conservador. Que Marcelo Nova. Cantou na música nova. E que renova. E inova. A velha popular canção brasileira. Que achava que a esteira. A mulher faceira. E a porra da asneira. Era o que queria. Esse monte de porcaria. De parasita. Que se diz povo. Mas ama o Ovo. De novo de novo. E acha que é igual a lula e polvo. E ainda pensa que O corvo. Foi escrito pelo filho do Dragão. Que não era um anão. E que foi morto pela bala que não devia. Estar onde não havia. Agora preciso ir. Que esqueci o ovo fervendo. Preciso partir. Porque o povo não anda vendo. Preciso mentir. Porque não me emendo. Preciso sentir. A dor que estou vendo. E tenho que consentir. Porque preciso ser mesmo não sentindo. Fingir que o dividendo. É menor que o divisor. E que o minuendo. É maior que o subtraendo. E mesmo eu não tendo. Qualquer adendo. Ainda entendo. Que o entre o ser e o estar. Não deve a mim restar. Qualquer contradição. Que polícia é polícia. E ladrão é ladrão. Seja com cabeça de ovo. Com cheiro de corvo. Ou um dedo a menos na mão. Então pensa meu povo. Que a capa não faz o herói. E que sentença assinada não lhe corrói. E só destrói. Aquele que nunca constrói. Nenhuma nação é sua gente. Nenhum povo é diferente. Mas todo aquele que pensa diferente. É apenas um agente. Que com as armas secretas da felicidade. Acaba com a nulidade. E enterra a falsidade. Debaixo de sete palmos de profundidade. Aos que querem acabar com a liberdade. A Ditadura da sentença sem julgamento. Do forçado confinamento. De tudo que é aumento. Da soltura do detento. E daquilo tudo que é sofrimento. E tormento. A um povo sem vontade nem consciência. De compreender o que é ciência. O que é moral ou decência. E que prefere ser escravo do Estado por leniência. A pagar por sua própria independência. Acabando na concupiscência. Achando que na audiência. O togado mascarado. Que se diz juiz e nunca foi magistrado. E de seguranças cercado. Lhe fará um agrado. Então pague a conta. E veja se Ovo o desconta. Seu papel de barata-tonta. Enquanto lhe apronta. Outro mandado de detenção. Por ter praticado ato de imperfeição. Violado as regras da instituição. Ou as normas sagradas da prostituição. Conhece as regras? Então lance os dados. E espere a sorte lhe aponte um dos lados. Junto a dois soltados. Ou atrás de condenados. É melhor ir treinando no banheiro. Porque na cadeia, querido companheiro. Um rabo vale mais do que dinheiro. E termino dizendo que Deus não usa túnica. Usa moda exclusiva e única. Não usa barba comprida. E faz da farsa missão cumprida.
24/05/2027
Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição: 1ª
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.