Atualizado em: 30/10/2024, as 10:10
Um dia Raul, o Seixas não o outro das gueixas, disse: “Você me pergunta aonde eu quero chegar, se há tantos caminhos na vida, e pouca esperança no ar”. E aí falava de todos os possíveis caminhos. Da água e do fogo. Do fogo e do chicote. Da fera e do laço. Do fogo e do espaço. Do que é certo e do que é deserto. Sobre tantos caminhos o poeta discorreu. Mas ele mesmo morreu. Sem saber se “o caminho do reto era o torto”. E se ele não soube. E foi embora tão cedo. Quem sou que ainda tenho medo. À tarde ou cedo. Numa paranoia. Que é um punhal na minha garganta. — Não sou escravo de rimas. E as uso como putas. Apenas quando me interessar. Para melhor me expressar. — Qual é o caminho do laço? O foguete no espaço? E o caminho do velho e do menino? Se o caminho do risco é o sucesso. E o do acaso é a morte? Nunca a sorte. Que caminho se toma até o Inferno? Longe do “fogo eterno. De Deus e do Mal? Eu quero mesmo ainda ser tentação no seu caminho. Porque não quero morrer sozinho. Venho televisão sem som. Uma novela antiga. Que me obriga. A “engolir sem vomitar”. Pergunto a mim mesmo. Aonde eu quero chegar. E a resposta é: a qualquer lugar. Que eu possa alugar. Porque nunca quis possuir. Nem usufruir. Do que não pudesse pagar. Só quero ter onde eu possa cagar. Em paz. Como faz. Qualquer ser livre. E que não vive. Para se deixar escravizar. E antes de começar a trilhar. O último caminho antes de brilhar. Preciso avisar. Que o caminho que percorro. E pelo qual eu vivo e morro. É o do fim do túnel do espaço. E tudo o que penso e faço. É duro feito aço. — Misturo Paranoia com Caminhos. Fodam-se os malditos Seixistas. Que são mais egoístas. Que os lixos comunistas. Merdas de falsos artistas. Que precisam ir urgente aos dentistas. Ou se deitarem nos divãs de psicanalistas. Porque “enquanto Freud explica, o Diabo dá os toques.” Só não entendem os que usam coques. E tatuam, a cara no Inominável na bunda. E acham que uma vagabunda. Feia e corcunda. É a dama ideal. Do país surreal. Irreal. Eu ainda tenho medo de sair “à noite pro banheiro”. Sabendo que por nada ou por dinheiro. Eu não estava ali sozinho. “Porque sempre eu estava…” Não era com deus. Mas com o medo. Que afastou do tal caminho. Em que eu não estava sozinho. Fosse eu acreditar no caminho cinzento. Do cem por cento. E estaria mais podre que o Maluco Beleza. Que de birita e tristeza. Resolveu escolher o caminho da vida que é a morte. Eu não tenho medo. E como um “moleque maravilhoso”. Mesmo que um safado idoso. Acordo mais cedo. E em segredo. Procuro o caminho do punhal. E o sinal. De que um punhal. É tão caminho quanto uma estrada vicinal. Que liga o bem ao mal. Que por sinal. É o caminho até o Inferno. No Verão ou no Inverno. E agora lhe digo. Meu amigo. Que o “caminho da dor é o amigo”. E mesmo sem abrigo. Continuo contigo. E se estiveres comigo. Sigo no caminho da dor. Da sorte. E da morte. Até for. Não tenho medo da morte. Que é tão forte. E que mesmo que eu mesmo me corte. Será ela a dona da situação. E poderá me dizer que não. Não é agora seu trouxa. Que sua pele ficará roxa. Não é agora a hora da sua ida. Aguarde outra sápida. Porque é uma passagem apenas de ida. Porque seu caminho não tem parada. De mão única a estrada. De descida a escada. Que o leva ao nada. Ou a lugar nenhum. Onde não há o um. Apenas o zero. Que eu mesmo considero. Como premiação. Porque nem de bocha ou natação. De arroxa ou prostituição. Consegui o troféu de primeiro colocado. Porque sempre fui o deslocado. O tresloucado. Que sempre achou que a Constituição E não o caminho da prostituição. Era o caminho da justiça. Não da preguiça. O caminho da vida. Não da morte. Boa sorte. Digo aos que ficam. E os caminhos se solidificam. Em nome do fogo. Da água. E de todos os elementos puros. Que se solidificam. E se um dia os encontra pelas caminhadas. E me perguntares sobre altares. Lhes direi que “o caminho da vida é a morte”. E lhes desejarei por sorte. Boa noite e bom dia. E que estejam todos em boa companhia.
25/05/2024
Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição: 1ª
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500
Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador.