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Vômito de Metáforas | Eu Nasci a Daqui Dez Mil Anos. E Isso Nem Estava nos Meus Planos

Atualizado em: 04/06/2025, as 12:06

Eu nasci há… Não, não foi “há dez mil anos atrás”, que por si só já é um pleonasmo. Mas agora isso pouco me importa. Porque não nasci há dez mil anos. Nasci dez mil anos depois. Depois de quê. Depois de quem. Nem é a resposta. Dessa pergunta composta. E nem faz diferença o tempo de conjugação do verso. Se no passado ou no futuro. Do imperativo. Indicativo. Cativo. Nativo. Importa é que estou vivo. E ativo. Neste exato momento. Para minha tortura e tormento. Mas faça comigo. Minha amiga ou meu amigo. Um exercício. Por mero artificio: Imagine o que será nascer. E depois crescer. Daqui a dez mil anos. Uma ficção científica difícil de escrever. Ou prever.— Em 12024 como raça e espécie ainda existiremos? Ou teremos sido extintos. Por cataclismos. Cismos. Ou por fascismos. Ou comunismos? Ainda existirá um planeta. Ou tereamos nos esfarelado no espaço. Pelo choque de um cometa? Seremos o que hoje conhecemos. Ou um bando de vermes controlados por chipes no cérebro. Pelas vontades de androides carecas? Usaremos cuecas? Ou não usaremos nada? Gritaremos Eureka. Ou não diremos mais nada? Seremos castrados e eunucos. Ou todos caducos. — E a pergunta maior não é o que seremos. Mas se ainda existiremos. Há muito tempo tentamos nos exterminar como raça. Uma após outra desgraça. E nem falo das guerras. Nem cito a natureza agredida. Mas do que fazemos todos os dias santos. E os outros tantos. — E aquilo que eu digo. É o que fazemos com um amigo. E até quem achamos ser inimigo. Que pensamos trazer perigo. O que fazemos. E pior que isso não fazemos. Quando dizemos e desdizemos. Quando pretendemos. Como se fossemos supremos. Tentar mudar alterar a humana natureza. Cuja maior beleza. Decerto e com certeza. Está dentro de cada ser. Que é único desde seu nascer. E só aumenta ao crescer. Somos seres únicos e individuais. E mesmo que trajados de anormais. Somos os únicos e ninguém mais. — Em dez mil anos muito pode acontecer. Porque nós últimos cem. Muito aconteceu. Ninguém hoje viu. E quem viu se esqueceu. E só afirmo. Reafirmo. E confirmo. Que todo maldito regime. Que contra a humanidade cometeu o crime. De tentar mudar nossa essência. Em alguma imunda experiência. Foi derrotada por sua própria demência. E concupiscência. Assim foi com nazistas. E assim é agora com comunistas. E espero que no ano daqui a dez mil. Onde não existirá uma terra chamada Brasil. E seu sorriso varonil. E povo burro e servil. E quem sabe ainda exista um lugar que acolha esse povo vil. — Até há bem menos que dez mil anos. Antepassados eram lembrados. Por muitas décadas. Venerados e respeitados. Agora nem vivos o são. Respeitar a autoridade. Fosse a do pai ou do prefeito da cidade. Ou de alguém de mais idade. Não significava perder a liberdade. Mas depois vieram os comunistas. Que feito flautistas. Encantadores de ratos. E mudaram os fatos. E os livros de história. Transformado homens em escória. Disseram que merda era arte. Quebraram a estátua de Bonaparte. Espalharam sua sujeira por toda parte. E fizeram da morte seu estandarte. Seduziram crianças. Estupraram esperanças. E jogaram país contra filhos. E a esses colocaram como dormentes de seus trilhos. — Antes… Lá por dez mil anos ou menos. Quando os sábios gregos criaram a Democracia. A perfeita forma de governar. Ou de ser governado. “O povo tem poder”. Gritaram em todas as línguas da Terra. “O poder emana do povo e em seu nome é exercido”. Diz o tal livro construído. Que foi pisado e prostituído. E depois foi destruído. Sem nunca ser lido. Apenas falácia. Vendida em farmácia. Como remédio sem eficácia. Contra a falta de perspicácia. Mentiras sinceras não me interessam jamais. E verdades não existem mais. E imagine se daqui a dez mil anos. Ainda haverão italianos. Se existirão indianos. Ou povos chamados baianos. Ou americanos. Decerto então ainda existirão brasileiros no mundo. Porque acima de tudo. Dizem que Deus mora nesse lugar. E está procurando uma casa para alugar. — Eu nasci a daqui dez mil anos. E isso nem estava nos meus planos. O tempo não para. O tempo não sara. E agora penso na minha tolice em ficcionar. Vaticinar. Sobre um mundo daqui a uma dezena de séculos. Porque não sabemos. Se ainda existiremos. Amanhã. De manhã.

20/05/2024

Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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