Vômito de Metáforas | Em Nome do Pai, do Filho… Da Puta e da Puta Que Te Pariu

Assim disse uma dama primeira. Que é a quarta ou a décima terceira. Um tanto puta e outro rameira: “Quero falar em nome de…” Ah, de quem, mesmo? Ah, nos oitenta era em nome dos descamisados, depois virou em nome dos sem teto, sem reto, sem boteco… Ah, deixem de merda, não quero falar em nome de ninguém, a não ser do meu próprio. Que pretensão socialista escrota é essa de achar que podes falar em nome de alguém? Fale por si, mas em nome de ninguém. Não fale em meu nome que não lhe dei procuração, não fale em nome de ninguém que não lhe pediu. Fale por si, seu covarde de merda. Não me convide para sua festa, que o que me resta é só o… Bem, o que resta. Ninguém atesta, minha arrogância de não querer estar em uma festa para a qual não fui convidado. E ninguém vai sentir falta. Em alta, a Bolsa de Valores, que devia chamar Bolsa de Preços, porque, como disse Wilde: “sabem o preço de tudo e o valor de nada”. O que tem valor agora? Sua buceta? Minha punheta? Fale de sua buceta e falo do meu falo, rima exótica e tosca, e quem sabe fodemos no final desta história! Minha agulha é curta agora, minha senhora. Então, não fale por mim, fale pelos cotovelos, pelos seus pelos, mas não em nome de nada que seja Inominável! Entendeu o recado, querida Companheira, que, na banheira se banha em sangue que não é o seu. Aperte o cinto. Aperte meu pinto. Pergunte o que sinto. E eu digo que minto. Pegue o papel. Assine o Decreto. Secreto. Siga reto. Até chegar à Estância. A terceira. Então se tranque na cela. Aquela. Fique de quatro. No meu quarto de dormir. De foder. De escrever um monte de merda. Tem um quarto aí? Pode ser um terço. Ou um quinto. Dos infernos. Que tal chupar meu pau, Companheira? Na banheira é legal. Ah, ilegal é sua arte. De ser filhadaputa. Então escuta: liberdade não se disputa. Se diz, puta? Tira a calcinha com estampa de estrela. Ou de foice e martelo. Mostre do que é capaz. Fique em paz. Que aqui jaz um poeta sem coração. Perdido no espaço. Armado de caneta e papel. Querendo gozar a última vez. Numa buceta tatuada com um um e um três. Na tua carniça podre. Então abra as pernas. E fale em nome dos pobres, oprimidos, frascos de comprimido, que sua buceta é de todos. Socialismo é isso, Companheira. Compartilhar o que temos, sem olhar a quem demos. Podemos? E o que temos que seja realmente nosso? Pergunto por perguntar. É hora do jantar. Então podemos nos juntar. E cantar o Hino Nacional em ritmo de marcha fúnebre. Na cidade dos porcos são 19 horas. Toca o Guarani. O ditador saiu para comer fora. Então é hora de a gente foder. Sai, cadela! Sai na tua janela. E contemple a esparrela. — Ah, esqueci de perguntar: é bolacha ou biscoito? É trepada ou é coito? É tudo muito confuso para alguém como eu, afoito.

16/03/2024

Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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