Vômito de Metáforas | Prefiro Confiar Num Guarda-chuva do Que no Deus da Viúva

Atualizado em: 30/10/2024, as 10:10

Perguntam-me se acredito em Deus. E sempre pensam naquele Rei dos Judeus. Nunca no dos Ateus. Que deram adeus. Às histórias mal contadas. De fadas douradas. Bocas inchadas. E bundas estupradas. Perguntam sobre minha crença. Que por si só é doença. E causa desavença. E respondo que fé é perder. Sem se arrepender. E sem entender. Que mentira é manca e surda. E que nada muda. Para gente graúda. Falam que preciso ter a tal fé. E pergunto se tem café. A resposta é uma bofetada. Da criatura afetada. E joga na minha cara. A sua tara. Por um livro ensebado. Marcado. Com marca-texto. que ele usa como pretexto. Para me infernizar. Demonizar. Enfia a merda do livro na bunda. Criatura imunda. Que deita com padres. Madres. E comadres. Que fode com o pregador. E o pastor. Alemão. E beija a mão. Do bispo de roupa vermelha. Que se assemelha. A uma ovelha. E então pergunta novamente. Se na minha mente. Um tanto diferente. Eu acredito na Igreja. E respondo que se a mim deseja. Então que seja. Uma devota. Da minha revolta. Que jogue meu fogo. E no seu fogo. Acenderei minha fúria. Com toda injúria. Que poder lhe despejar. E se ainda assim me desejar. Basta beijar. O céu sem pedir desculpas. E se livras das suas culpas. Por querer. Comigo foder. Ou guarde a sua devoção. Para a extrema-unção. Na presunção. De que eu morra do coração. Quando fornicar. Trepar. E então torna outra vez a perguntar. Se em Deus eu acredito. E eu dito. Que se existe São Benedito. Existe aquilo que ela acreditar. E pode então meditar. De novo o questionamento. Mas que tormento. Que sofrimento! Eu tenho sempre a resposta. Que ninguém gosta. E sempre aposta. Na maldição. Na contradição. Da perdição. Então resolvo vaticinar. Tentando eliminar. Qualquer interjeição. E respondo com convicção. Que se o tal do Deus há é psicopata. Sociopata. E qualquer outro ata. Sufixo de doença. Que é qualquer crença. Então me pede a prova de que Ele não existe. Assim ninguém resiste. Então insiste. E tenho que falar não se provam inexistências. Como se fossem ausências. Tratadas em audiências. Do clero empertigado. Investigado. Instigado. Mas não há silêncio que possa calar. Aquele que nunca me deixa falar. E torna a mim a questão crucial. Se existe o Deus do Mal. Nada mal. Porque afinal. Se um Deus existe de fato. à semelhança do meu retrato. Há também sem contraponto. Ponto por ponto. E sem desconto. O lado inverso. Num Universo. Onde o único verso. Não tem rima. E prima. Pela contradição. E então vem de novo a mesma questão. Eu quase a beira da congestão. Arfo. E pego um garfo. Para enfiar na sua jugular. Na perpendicular. Da veia da garganta. Dessa porra dessa anta. Se acredito em Deus Todo Poderoso. E pergunto em que Deus precioso. Preciso ter crença. Que é doença… Se acredito em Thor e Maomé. Que nem Deus é. Ou devo acreditar. E imitar. Odin o Deus do Olimpo. Que era tão limpo. Quanto Efesto. Ou a Deusa do Incesto. Ou Zeus. Que também era um Deus. Tanto quanto Ares. Que devia ser o Deus dos Bares. Pode ser também Dionísio. Ou o Deus Chico Anísio. E há quem acredite. Que Afrodite também era. Como Hera. E Hermes bem podia ser o Deus dos Vermes. Agora pelamordedeus. Parem de perguntar de um Deus Verdadeiro. Porque se houve um Deus Primeiro. Não tem nome. Muito menos sobrenome. E sequer come. Ou bebe e dorme. Então some. Da minha frente. Ou faz pergunta diferente. Coisa de gente. Por que lhe perguntaria. Sem tanta gritaria. Se Deus acreditaria. Em mim. Se Eu fosse Ele. Ou Naquele. Que mata seus inimigos. E deixa seus amigos. De quem não livra dos castigos. Nem dos perigos. Do sobreviver. E que para viver. Precisa ver. Meus joelhos dobrados. Mas não impede soldados. De matar ou morrer. E que deixa a guerra acontecer. A criança adoecer. Então agora sou Eu a perguntar. Se na hora do jantar. Não tiver com que se alimentar. O tal Deus Provedor. Irá lhe provar. Ou lhe prover. Então vamos ver. Com quantos Deuses se faz uma canoa. Muito boa. Que não afunde com a correnteza. Se aprofunde na profundeza. E não condene a beleza. A riqueza. E adore a tristeza. Vamos ver. E resolver. Se existe um Deus que mata crianças. Esperanças. E diz que danças. São pecados. E que manda recados. Aos obcecados. Pelo poder. Dinheiro e foder. Então se confia em seu Deus do Trigo e da Uva. Proteja sua vulva. Que prefiro mais confiar num Guarda-chuva. Ou até na camisa de Tergal. Que não amarrota e é legal. Então da próxima vez que vier me perguntar. Se Deus Algum há na minha cabeça. Não esqueça. De lavar a Vagina. Que mais que imagina. Louvo mais que a Santíssima Trindade. E da Irmandade. Porque há numa vulva cheirosa. E deliciosa. A misteriosa. Crença no Deus. Dos Ateus. E nos Grandes Lábios teus. Aliás pergunta se acredito em Deus nunca em Deusas. E nelas acredito. Já comi muitas neuzas. Creuzas. Edileuzas. E a todas fiz minhas juras e promessas. Antes dessas. Orações vagas. E pagas. Deusas de belas vulvas. Doces uvas. De mim viúvas. Chupa meu pau? Ah… Nada mau!

26/04/2024

Do Livro:
Vômito de Metáforas
Barata Cichetto
Gênero: Crônicas Poéticas
Ano: 2024
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 248
Tamanho: 20 × 20 × 1,50 cm
Peso: 0,500

Barata Cichetto, Araraquara – SP, é o Criador e Editor do BarataVerso. Poeta e escritor, com mais de 30 livros publicados, também é artista multimídia e Filósofo de Pés Sujos. Um Livre Pensador

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